Sempre escutei as pessoas dizendo
que cada filho é diferente do outro. E sempre pensei cá com meus botões
"Claro, ninguém é igual a ninguém". Mas hoje, com dois filhos, acho
que eu consigo entender o que as pessoas querem dizer. É que uma coisa é saber
isso logicamente e outra é vivenciar!
Ter dois filhos te
ensina qual a sua real contribuição nos "sucessos e fracassos" da
maternidade.
Sabe aquelas birras que o filho do vizinho faz em
público e seu filho não, e que te fazem ter certeza de que você é o melhor
educador do mundo? O fato de o seu bebê ter andado cedo, falado cedo,
saído das fraldas cedo, sempre ter comido bem (em quantidade e qualidade), ter
enfrentado o primeiro dia de aula com desenvoltura e independência, ser
polido, desde pequeno ajudar a guardar os brinquedos, e etc, reforçam o quanto
você é uma boa mãe ou um bom pai? Essas coisas te fazem sentir que você faz um
trabalho melhor que o outro pai/mãe cujos filhos não têm essas mesmas
"habilidades"?
Do lado oposto, você se
sente mal, culpado, incapaz por não ter "conseguido" várias coisas
que julgava importantes e fruto apenas da sua capacidade e determinação? O fato
do seu bebê não ganhar peso bem e você achar que não tem leite ou seu leite é
fraco, do seu bebê chorar muito e querer muito colo e as pessoas dizerem que
você o mimou demais, dele não comer bem, não andar ainda, não falar ainda, não
ter dentes ainda, estranhar outras pessoas, dormir mal ou dormir tarde, e etc
te fazem sentir mal? Você acha que tudo isso é culpa de algum comportamento
seu?
Eu aprendi muito com meus dois filhos. Porque
enquanto um dorme bem, o outro não, enquanto um engorda bem, o outro não,
enquanto um é independe, o outro adora colo, enquanto um é bravo, o outro é
calmo, enquanto um chora muito, o outro quase não chora. Enquanto cada um é do
seu jeito, e os jeitos são bem diferentes, eu percebo que meu jeito, minhas
decisões, não tem tanto "poder", tanto "peso", quanto eu
acreditava. Percebo que as personalidades são realmente diferentes desde o nascimento
e, claro, que a mãe deles é a mesma, mas não age igual com os dois, pois o
tratamento dado depende muito do estímulo deles. Isso tira um peso enorme das
costas, tira a culpa, e permite que eu escute meus instintos, aceite que não
tenho controle sobre tudo e que minha contribuição para os "sucessos
e fracassos" é só parcial! Eu não sou nem tão boa e nem tão ruim como
posso pensar (e podem pensar de mim também), sou apenas mãe! Aprendi isso com
meus dois pequenos.
E aqueles que têm um
filho só, podem ficar tranqüilos, independente do que vocês possam fazer alguns
bebês choram mais, engordam pouco, gostam muito de colo, tem dificuldade para
aceitar a alimentação complementar, fazem muita birra, dormem mal e por aí
vai...
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